Quinta, 22 de Março de 2007

Os Três Refúgios

Essa semana sugerimos que você estude o texto (clique aqui) onde Thich Nhat Hanh comenta sobre os Três Refúgios: O refúgio no Buda, no Dharma e na Sangha.

Ele diz que quando olhamos profundamente, vemos que os Três Refúgios podem ser compreendidos de duas maneiras. Uma é a prática de buscar proteção exterior. Desejamos ser protegidos. A vida é cheia de perigos, não sabemos o que nos acontecerá hoje ou amanhã. A outra é a busca de proteção interior. Por isso, refugiar-se no Buda significa buscar segurança no Buda.

Além disso o Thay no sensina que quando alguém diz "Creio no Buda. Creio no Dharma. Creio na Sangha", o Buda, o Dharma e a Sangha não devem ser simples idéias se queremos evoluir. Juntamente com aquela declaração, a pessoa precisa praticar, precisa ser capaz de tocar e reconhecer a natureza da iluminação dentro dela mesma; caso contrário, não será uma prática, será apenas uma declaração, nada mais que uma idéia.

Divida seu insight e suas dúvidas sobre os Três Refúgios conosco em nosso blog. Basta clicar aqui.

Caminhada Meditativa

Coloque em sua agenda: no dia 1o. de abril, domingo, às 10hs haverá caminhada meditativa no Jardim Botânico do Rio de Janeiro organizado pela Sangha Viver Consciente. Antes da caminhada haverá exercícios e relaxamento com a professora Fátima. O ponto de encontro é a portaria onde entram os carros.

Todos estão convidados!

Dia do Buda - Vesakha Puja 2007 (2550 E.B.)


A Lua Cheia de Vesakha deste ano se dará em 31 de maio, marcando 2550 anos do Parinibbana, ou Passamento, do Senhor Buda Gotama. Esta data também lembra o Seu Nascimento e Iluminação, e a chamamos de o Dia do Buda.

A Sociedade Budista do Brasil (SBB) gostaria de contar com sua participação para realizarmos juntos a comemoração do Dia do Buda, no domingo 27 de maio, anterior a Lua Cheia de Vesakha, ou Vesakha Puja.

Esta comemoração seria uma ação conjunta de todos os grupos budistas com atuação e sede na cidade do Rio de Janeiro para a realização de uma cerimônia unificada de homenagem e respeito às Três Jóias, relembrando os Três Principais Eventos da Vida do Senhor Buda, e seu Ensinamento, ou Dhamma.

Esperamos que esta seja a primeira de uma série de iniciativas conjuntas e uma oportunidade de iniciarmos uma cooperação das tradições budistas no Rio de Janeiro, visando uma atuação que responda às necessidades e problemas de nossa sociedade, realizando os princípios de generosidade, amor-bondade e compaixão, comum a todas as Tradições Budistas.

- Jorge Aloice Gomes
Presidente da SBB

Milho e Pipoca

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens.
o milho de pipoca não é o que deve ser.
Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.
O milho somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.
Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice, uma dureza assombrosas.
Só elas não percebem.
Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos - Dor.
Pode ser o fogo de fora: perder um amor, um filho, um amigo ou o emprego.
Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, doenças e sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio, uma maneira de apagar o fogo.
Sem fogo, o sofrimento diminui.
E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pipoca dentro da panela, ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não consegue imaginar destino diferente.
Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM!
E ela aparece completamente diferente, como nunca havia sonhado.


Piruá é o milho que se recusa a estourar.
São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura.
O destino delas é triste.
Ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca e macia.
Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada.
Seu destino é o lixo.


E você, o que é?
Uma pipoca estourada ou um piruá?


- Rubem Braga -