Quinta, 20 de Dezembro de 2007

Deixemos a criança nascer em nós

Sugerimos a leitura do texto (clique aqui) retirado de uma palestra do Thay na véspera do Natal de 1996.

Thay comenta que o Natal é, muitas vezes, descrito como uma festa para crianças e que a criança que existe em nós está sempre viva mas talvez não tenhamos tido tempo bastante para cuidar dela. No entender dele, é possível ajudar essa nossa criança interior a renascer muitas e muitas vezes, porque o espírito da criança é o Espírito Santo, é o espírito do Buda.

Feliz Natal!

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Um texto muito bom. Após a leitura do texto completo, (clique aqui) participe comentando em nosso blog. Basta clicar aqui.

Sanghinha Virtual - Retorno ao Eremitério

Essa semana vamos dividir com você e suas crianças o texto do Thay onde ele explica o que fazer quando nosso interior está bagunçado, confuso e não sabemos o que fazer.

Retorno ao Eremitério

"Um dia decidi ir para o lindo bosque perto de meu eremitério, o local onde moro. Eu levei um sanduíche e um lençol comigo, com a intenção de passar um dia quieto, sozinho nesse bosque.

Naquela manhã, antes de deixar o eremitério, abri todas as janelas e portas para o sol secar as coisas. Mas durante a tarde o tempo mudou. O vento começou a soprar e nuvens negras se amontoaram no céu. Ao lembrar que havia deixado meu eremitério aberto, decidi retornar para casa imediatamente.

Quando cheguei, achei meu eremitério em condições terríveis..."

Para ler o texto completo clique aqui.

Para um amigo

Não digo que eu abriria mão das montanhas,
Mas iria andando até a mais distante delas,
Apenas para encontrar um novo amigo.
Às vezes me sinto muito rico e muito menos feliz,
Se estou sem um amigo.
Mas me alegro, e até vejo mais longe, mesmo com pouca luz,
Se eu tenho um amigo por perto.
É claro, eu não posso me tornar um ladrão,
Mas passaria uma noite na prisão, por um amigo.
É como sentir calor no meio de uma nevasca,
Como descobrir o caminho depois de estar perdido,
Quando encontro um novo amigo.
Não, não! Quantas promessas, e sempre o mesmo não!
Quero menos promessas, quero verdadeiros amigos.
E se eu não realizar nenhuma outra conquista,
Mas conseguir encontrar um novo amigo, basta.
Eu voltarei aos meus desafios,
E quando conseguir escalar mais uma montanha,
Pode ter certeza, será por você, meu amigo.

(Poema de Waldemar Niclevicz, primeiro brasileiro a escalar a montanha K2, em memória de seu amigo Pepe Garcez que descansa nas alturas do Himalaia)


Vive...

Vive, dizes, no presente;
Vive só no presente.

Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as causas que existem, não o tempo que as mede.

O que é o presente?
É uma causa relativa ao passado e ao futuro.
É uma causa que existe em virtude de outras causas existirem.
Eu quero só a realidade, as causas sem presente.

Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas causas como presentes; quero pensar nelas como causas.
Não quero separá-las de si próprias, tratando-as por presentes.

Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.

Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.

- Fernando Pessoa