Quarta, 16 de fevereiro de 2011


Ouvindo as ondas



Atravessamos a vida sendo dominados por nossas emoções, principalmente as mais intensas como a raiva, o medo, a ansiedade e até a paixão. Normalmente nos damos conta disso depois quando a onda da emoção forte já quebrou. Às vezes é tarde demais, porque sob domínio de emoções fortes pensamos, falamos e agimos de maneira que eventualmente nos arrependemos.

No texto sugerido (clique aqui) a irmã Dang Nghien, monja sênior na tradição de Plum Village e aluna do Thay há muitos anos, ensina que por toda nossa vida atravessamos de uma onda para a outra, e acreditamos que apenas as ondas existem. Mas abaixo das ondas há um imenso oceano que podemos nunca ter explorado. Acima das ondas há o espaço infinito. Em alguns momentos, enquanto sentamos quietamente, ouvindo nossa respiração ou sorrindo para uma flor, podemos tocar a imensidão do espaço – que significa não subir e descer, não investir e quebrar repetidas vezes, e significa ser estável e parado. É claro que não cessamos de ter percepções e sentimentos. Eles podem estar presentes, mas não nos tornamos eles.

Se tiver algum insight lendo o texto(clique aqui) divida-o conosco, escreva em nosso blog. Basta clicar aqui.



Retiro com Thich Nhat Hanh nos Estados Unidos



Para os que dominam a língua inglesa e tem possibilidade financeira há a possibilidade de fazer pequenos retiros com Thich Nhat Hanh este ano nos Estados Unidos. Haverá retiro de 19-24 de agosto na YMCA no Colorado, de 6 a 11 de setembro no Monastério Deer Park na Califórnia, de 5 a 10 de outubro no monastério Blue Cliff em Nova York.

Mais informações podem ser obtidas clicando aqui.

Não perca sua liberdade interior



Há prazer e dor, ganho e perda, difamação e honra, elogio e censura. Os Despertos não são controlados por essas coisas externas. Elas cessarão tão rapidamente quanto surgiram. Se outros falam contra você, não fique com raiva, porque isso irá limitar a sua própria liberdade interior. Aprenda a suportar suas palavras duras pacientemente até que cessem. Faça o mesmo se eles te elogiarem. Descubra o que é verdadeiro ou falso e reconheça os fatos.

- O Buda (Digha Nikaya e Dhammapada)

Budismo é prática



No budismo, o objeto de nossos estudos é a mente e como ela se relaciona com o sofrimento e a felicidade. Não estamos tão preocupados com a mesa ou a nuvem, com o átomo ou as estrelas. Mas estamos preocupados com o sofrimento e felicidade. Não somos filósofos. Não especulamos sobre felicidade e sofrimento. Queremos realmente observar nosso sofrimento, observar nossa felicidade. Queremos achar uma solução. Queremos nos liberar do sofrimento. Queremos trazer felicidade verdadeira. E esse é o trabalho real que não pode ser feito apenas falando.

Quando você senta em meditação, segue sua respiração e gera a energia da plena consciência e concentração, tem os instrumentos para trabalhar. Pode reconhecer e abraçar seu sofrimento. Pode cultivar o tipo de sabedoria que pode ajudar a desintegrar o sofrimento. Você pode fazer isso no espírito empírico – você realmente entra nele, e não apenas fala sobre ele. Seu sofrimento é a realidade e você o reconhece. Você entra nele, analisa e usa sua plena consciência, concentração e insight de forma a transformá-lo. É como um cientista usando seus instrumentos de forma a olhar profundamente na natureza do que está lá. E depois de usar o método de transformação e cura, você pode querer compartilhar isso com seus alunos ou amigos.

Há bons praticantes de meditação que tem mais ou menos o mesmo tipo de experiências. Eles tentam verificar e experimentar o mesmo tipo de coisa. Se eles forem bem sucedidos, podem dizer: “O que você nos disse é verdade. Eu tive a mesma experiência.” Mas muitas pessoas em volta apenas acreditam, sem ter a experiência. (...)

Budismo às vezes descreve a mente e às vezes o mundo, mas essa descrição não é pelo prazer da descrição. A descrição objetiva a prática. Se você aprender sobre a mente é porque quer praticar bem. Não é porque quer uma bela doutrina sobre a mente. Se você falar sobre impermanência e não-eu não é pelo prazer de descrever a realidade como sendo impermanente e livre de um eu separado. Essa descrição é um instrumento que o ajuda a se liberar,porque a verdade da impermanência e não-eu podem te ajudar a superar seu desespero, seu medo e assim por diante.

-Thich Nhat Hanh