Sexta, 20 de maio de 2016

Livre do nascimento e da morte



Aonde vamos quando morremos? O que acontece quando morremos? Nós temos amigos que perderam alguém amado e eles perguntam: “Onde está meu amado agora? Onde ele ou ela foi agora?”

O texto dessa semana (clique aqui) discute essas questões bastante profundas através da ótica budista. Thay diz que tem uma fotografia de quando era um garoto de 16 anos. Ele pergunta: "É uma fotografia minha? Eu não tenho tanta certeza. Quem é o garoto na fotografia? É a mesma pessoa que eu sou ou é outra pessoa?".

Leia o texto (clique aqui) antes de responder. Participe de nosso blog com seu insight. Basta clicar aqui.



Nosso maior mestre



Quando a vida é bem vivida, a morte pode ser tranquila. Quando não aceitamos a morte como parte da vida, não estamos preparados para a vida. A morte é nosso maior mestre e amigo disfarçado. Só quando reconhecemos ter um tempo limitado, imprimimos a urgência necessária para descobrir o que realmente importa. Viver como se o por do sol de hoje fosse o último nos obriga a estar mais presentes e mais dedicados ao momento.

- John Izzo

Ontem não é igual a hoje



Quando o olhar da mente é límpido, vemos tudo como realmente é, de modo natural. Mas assim que os olhos se distraem com objetos externos, não vemos mais. Perdemos a capacidade de ver corretamente. Sons e imagens nos atacam, nos arrastam, nos puxam. Coisas que deveríamos ver, não vemos. Coisas que deveríamos ouvir, não ouvimos. Não é assim?

Se escutarmos o rio sem atenção, a água que corre parece ter um ritmo constante e ininterrupto. Entretanto, nenhuma gota d'água passa duas vezes sobre a mesma pedra. Não é nunca a mesma gota que forma o leito do rio ou o murmúrio da correnteza. A imutabilidade é apenas uma ilusão dos olhos e dos ouvidos humanos. Uma vez que tenha passado, a água não corre nunca mais no mesmo ponto do rio.

A vida humana não é diferente. Acreditar que ontem é igual a hoje é resultado de nossa ignorância e insensibilidade. São nossas mentes e nossos olhos deludidos que vêem o passado igual ao presente. Os olhos iluminados vêem claramente a imagem das coisas em eterno movimento e reconhecem que um instante é diferente de qualquer outro.

- Shundo Aoyama Roshi

Continuação



Imagine que só o nascimento existisse, e a morte não existisse. Um dia dificilmente haveria lugar na Terra para se ficar em pé. Morrer significa deixar lugar para os nossos filhos. E quem são os nossos filhos? Nossos filhos somos nós mesmos. Nossos filhos são nossas novas manifestações.

O filho é a continuação do pai. O pai olhando para o filho tem o sentimento que ele não morrerá porque o seu filho existe para continuá-lo. Olhando desta maneira você vê que não está morrendo, você está continuando no seu filho. E o seu filho não está morrendo porque ele está continuando no neto e assim por diante. Meditação budista nos ajuda a olhar profundamente para ver que não há realmente morte, mas continuação em formas diferentes.

- Thich Nhat Hanh