Segunda, 13 de fevereiro de 2017

As três raízes (parte 1)



Nessa semana enviamos a primeira parte do texto (clique aqui), sobre as três raízes que são energias que sutilmente (ou menos sutilmente) permeiam nosso ser interior: nossas percepções, nossas motivações e as formas que podemos interagir com o mundo que nos rodeia.

Phap Hai ensina que as três raízes (ganância; ódio ou má vontade; e ignorância ou, como é às vezes chamada, ilusão) colorem nossas percepções e a consciência da mesma maneira. Podemos ver tudo através das "lentes" das três raízes. Estas três raízes expressam-se de forma diferente em cada um de nós. Para alguns de nós uma ou outra das raízes vai ser mais profunda ou mais forte que as outras. Cada um de nós tem nossa própria constituição e desenvolver uma familiaridade com as três raízes pode ser um caminho muito útil para percorrer para reconhecermos as motivações sutis que permeiam nossos pensamentos, nossas ações e nossas palavras.

Depois de ler o texto (clique aqui) te convidamos a dividir seu insight ou suas dúvidas sobre o texto em nosso blog. Basta clicar aqui.

O que vemos



O que nós vemos das coisas são as coisas.
Por que veríamos nós uma coisa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seriam iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?

O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.

Mas isso (tristes de nos que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo,
Uma aprendizagem de desaprender
E uma seqüestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.

- Fernando Pessoa

Vida universal



Você tem que se livrar de todas as barreiras para viver como parte da vida universal. Uma pessoa não é uma entidade privada viajando sem ser afetada através do tempo e do espaço como que isolada do resto do mundo por uma concha espessa.

.. Nas nossas vidas estão presentes uma multiplicidade de fenômenos, assim como nós mesmos estamos presentes em muitos fenômenos. Somos vida e vida não tem limites.

- Thich Nhat Hanh


Intersomos



Nossa jornada individual interior é parte da jornada do mundo. Negar isto é viver dentro do véu da separação. Uma simples consciência da unidade nos unifica com toda a vida, com cada pedra, cada inseto, cada lata de refrigerante amassada no lixo. Somos a vida mesmo, respirando, sofrendo, regozijando. Somos a dor do doente e o sorriso da criança. Não somos melhores nem piores que qualquer partícula da criação. (...) Nada é separado.

- Llewellyn Vaughan-Lee (mestre Sufi)