Meus verdadeiros nomes
A semente da discriminação reside em todos nós. Os oprimidos e os opressores estão
dentro de cada um de nós, e nossa prática é alcançar a sabedoria da
não discriminação. Uma sabedoria extremamente importante nesse mundo cada vez mais polarizado entre "nós" e "eles".
O texto sugerido (
clique aqui) é para mim um dos textos mais
belos que Thich Nhat Hanh já escreveu. Cada vez que leio abre meu coração e abre meus olhos. Um texto que irradia puro amor. Ele nos convida a
pararmos de nos alimentar com ódio e discriminação contra outros diferentes de nós e buscarmos a
ação sábia capaz de curar o futuro.
Se desejar, compartilhe seu insight sobre o cemeçar de novo e suas dúvidas sobre o texto em nosso
blog. Basta
clicar aqui.
A porta da compaixão
Não diga que terei que partir amanhã pois,
Mesmo hoje, eu ainda estou chegando
Olhe profundamente; chego a cada segundo
Para ser um broto num galho primaveril,
Para ser um pequeno pássaro, com asas ainda frágeis
Aprendendo a cantar em meu novo ninho,
Para ser uma larva no coração de uma flor,
Para ser uma jóia que se esconde numa pedra.
Ainda chego, para poder rir e chorar,
Para poder ter medo e esperança,
O ritmo do meu coração é o nascimento e a morte
De tudo o que está vivo.
Eu sou a efeméride se metamorfoseando sobre a superfície do rio
E eu sou o pássaro que, quando a primavera chega,
Chega em tempo para comer a efeméride.
Eu sou o sapo nadando feliz na água clara de um lago,
E eu sou a cobra do mato, que, aproximando-se em silêncio,
Se alimenta do sapo.
Sou a criança de Uganda, toda pele e ossos,
Minhas pernas tão finas como caniços de bambu,
E eu sou o mercador de armas, vendendo armas mortais a Uganda
Meu prazer é como a primavera, tão quente que faz
As flores desabrocharem em todos os confins da vida.
Minha dor é como um rio de lágrimas,
Tão cheio que enche todos os quatro oceanos.
Por favor, chame-me por meus verdadeiros nomes,
De modo que eu possa ouvir todos os meus gritos e
Risos ao mesmo tempo,
De modo que eu possa ver que meu prazer e dor são um.
Por favor, chame-me por meus verdadeiros nomes,
De modo que eu possa despertar e de modo que
Possa ficar aberta a porta do meu coração,
A porta da compaixão.
.
- Thich Nhat Hanh
Intersomos
Nossa jornada individual interior é parte da jornada do mundo. Negar isto é viver dentro do véu da separação. Uma simples consciência da unidade nos unifica com toda a vida, com cada pedra, cada inseto, cada lata de refrigerante amassada no lixo. Somos a vida mesmo, respirando, sofrendo, regozijando. Somos a dor do doente e o sorriso da criança. Não somos melhores nem piores que qualquer partícula da criação. (...) Nada é separado.
- Llewellyn Vaughan-Lee (mestre Sufi)