Domingo, 16 de agosto de 2020

Os Quatro Pensamentos Imensuráveis (parte 1)



O que é amor para você? Quais seriam os componentes do verdadeiro amor? Como sabemos se amamos verdadeiramente ou é outro sentimento disfarçado? Talvez seja uma boa intenção mas na verdade não é amor, como saber?

No texto (clique aqui) de hoje, Thich Nhat Hanh começa a responder a essas perguntas ensinando dois dos quatro aspectos do verdadeiro amor segundo a filosofia budista. O primeiro aspecto do verdadeiro amor é maitri, a intenção e capacidade de proporcionar alegria e felicidade e o segundo aspecto do verdadeiro amor é karuna, a intenção e a capacidade de soltar e transformar o sofrimento, aliviando a tristeza. Na próxima semana examinaremos os outros dois.

Um texto simples e profundo. Sugerimos que leia (clique aqui) e depois escreva em nosso blog. Basta clicar aqui.

Video de Thich Nhat Hanh com legendas



Oferecemos um outro curto vídeo (com legenda) da entrevista que Thich Nhat Hanh deu a Oprah Winfrey. Nesse trecho Thay diz que ouvir pode ajudar a terminar com o sofrimento do outro, colocar fim a uma guerra e mudar o mundo para melhor. Assista a ele explicar como praticar a escuta compassiva. Aproveite.

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Meditação do abraço



Quando nos abraçamos, nossos corações se conectam e entendemos que não somos seres separados. Abraçar em plena consciência pode trazer-nos cura, reconciliação, entendimento e muita felicidade. A prática da meditação do abraço tem ajudado muitas pessoas a se reconciliarem – pais e filhos, amigos, casais, etc.

Podemos praticar a meditação do abraço com um amigo, nossa filha, nosso pai, nosso parceiro ou mesmo com uma árvore. Para praticar, primeiro fazemos uma reverência com as palmas das mãos unidas, reconhecendo a presença um do outro. Podemos desfrutar de três respirações profundas em plena consciência, para nos sentirmos inteiramente presentes, e só então abrimos os braços e nos abraçamos. Mantemos o abraço por outras três respirações. Na primeira respiração, estamos conscientes de estarmos presentes naquele exato momento, e sentimo-nos felizes. Na segunda respiração, estamos conscientes de que a outra pessoa está presente naquele momento, e sentimos felicidade. Com a terceira respiração, estamos conscientes de estarmos juntos, aqui e agora neste planeta, e sentimos profunda gratidão e alegria pela nossa união. Então, podemos gentilmente liberar a outra pessoa, fazendo uma reverência mútua para demonstrarmos nosso agradecimento.

Quando nos abraçamos dessa maneira, a outra pessoa se torna real, verdadeiramente viva. Não precisamos esperar até que alguém esteja prestes a viajar, podemos nos abraçar agora mesmo e receber o calor e a estabilidade do nosso amigo, neste presente momento. Abraçar pode ser uma prática profunda de reconciliação. Durante o abraço em silêncio, uma mensagem torna-se bastante clara: “Querido, querida, você é precioso para mim. Sinto não ter sido bastante atencioso e compreensivo. Cometi erros. Por favor permita-me começar de novo. Eu te prometo.”

- Thich Nhat Hanh

Desenvolvendo como ser humano



A cela é um lugar ideal para aprendermos a nos conhecer, para se vasculhar realística e regularmente os processos da mente e dos sentimentos. Ao avaliarmos nosso progresso como indivíduos, tendemos a nos concentrar em fatores externos, como posição social, influência e popularidade, riqueza e nível de instrução. Certamente são dados importantes para se medir o sucesso nas questões materiais, e é perfeitamente compreensível que tantas pessoas se esforcem tanto para obter todos eles.

Mas os fatores internos são ainda mais decisivos no julgamento do nosso desenvolvimento como seres humanos. Honestidade, sinceridade, simplicidade, humildade, generosidade pura, ausência de vaidade, disposição pra ajudar os outros - qualidades facilmente alcançáveis por todo indivíduo - são os fundamentos da vida espiritual.

O desenvolvimento de questões desta natureza é inconcebível sem uma séria introspecção, sem o conhecimento de nós mesmos, de nossas fraquezas e nossos erros. Pelo menos - ainda que seja a única vantagem - a cela de uma prisão nos dá a oportunidade de examinarmos diariamente toda a nossa conduta, de superarmos o mal e desenvolvermos o que é bom em nós. A meditação diária, de uns 15 minutos antes de nos levantarmos, é muito produtiva neste aspecto. A princípio, pode ser difícil identificar os aspectos negativos em sua vida, mas a décima tentativa pode trazer valiosas recompensas. Não se esqueça de que os santos são pecadores que continuam tentando.

- Nelson Mandela (carta escrita na prisão em 1975)