Domingo, 21 de agosto de 2022

Equanimidade: A sabedoria da não discriminação



Nós sabemos que em nosso corpo, em nossa consciência, existe aquela sabedoria que chamamos de "a sabedoria do não-discriminação." Nós a possuímos, temos essa semente de sabedoria dentro de nosso corpo, dentro de nossa consciência. Nós podemos desenvolvê-la, a fim de ter a sua orientação em nossa vida diária.

No vídeo sugerido dessa semana (clique aqui) Thich Nhat Hanh ensina que quando você é um verdadeiro amante, não discrimina mais. Aquele que ama e aquele que é amado, vocês se tornam um. Seu amado é você e você é seu amado. Somente tendo esse tipo de sabedoria de equanimidade, seu amor se torna perfeito, e não haverá sofrimento, nem discriminação. Se, olhando para a natureza do seu amor, você não vê nenhum elemento de equanimidade, precisa praticar. Porque o amor que se baseia nas noções de si e do outro, e "isso" está fora de "daquilo", esse amor ainda não é profundo.

Depois de assistir o vídeo (clique aqui) você pode também ler o texto da transcrição (clique aqui). Lembro que os vídeos tem legenda em português, ajuste a configuração no YouTube.

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Praticar a prevenção



Nós deveríamos focar nossa atenção em como viver, como preparar as condições, como prevenir essas situações em que você teria que tomar decisões difíceis, de forma que elas não venham. Isto é mais importante, é um treinamento não de uma só pessoa, mas de toda a sociedade. Temos que poder ver antecipadamente o que pode acontecer e prevenirmos com todo nosso poder a situação que nos fará sofrer. Esta é uma prática básica. Praticar assim é mais fácil do que esperar até que tenhamos que tomar decisões. E talvez 80% do nosso tempo deveria ser dedicado a olhar profundamente de modo a descobrir como praticar a prevenção.

-- Thich Nhat Hanh (palestra em retiro em Plum Village em 06/06/2002)


Bodhicitta



No budismo falamos sobre a mente do amor, bodhicitta. Quando vocês estão motivados pelo desejo de transcender o sofrimento, de sair de uma situação difícil e ajudar outros a fazer o mesmo, obtêm uma poderosa fonte de energia que os auxilia a fazer o que desejam para se transformar e ajudar outras pessoas. A isto damos o nome de bodhicitta, a mente do amor. Sua origem é uma forte sensação de que não querem mais sofrer. Não desejam mais que outras pessoas sejam envolvidas em tal tipo de situação. Isto é iluminação, aquela espécie de iluminação que produz em vocês uma poderosa fonte de energia chamada de "o espírito do amor" ou "mente da iluminação". É um começo muito importante. Se conseguirem manter esta fonte de energia intensa dentro de vocês, serão capazes de enfrentar quaisquer obstáculos e superá-los.

-- Thich Nhat Hanh (do livro "Jesus e Buda Irmãos")


Como a tangerina



Crianças, comer uma tangerina em plena consciência significa que enquanto você come está verdadeiramente em contato com ela. Sua mente não está correndo atrás dos pensamentos de ontem ou de amanhã, mas está habitando totalmente no momento presente. A tangerina está verdadeiramente presente. Vivendo com plena consciência da mente significa morar no momento presente, sua mente e corpo habitando realmente no aqui e agora.

Uma pessoa que pratica a plena atenção pode ver coisas na tangerina que outros não são capazes de ver. Uma pessoa consciente pode ver a árvore de tangerina, o florescer da tangerina na primavera, os raios de sol e chuva que nutriram a tangerina. Olhando profundamente, a pessoa pode ver dez mil coisas que fizeram a tangerina possível. Olhando para a tangerina, uma pessoa que pratica plena atenção pode ver as maravilhas do universo e como todas as coisas interagem umas com as outras.

Crianças, nossa vida diária é justamente como a tangerina. Como a tangerina é dividida em gomos, cada dia é dividido em 24 h. Uma hora é como um gomo da tangerina. Viver todas as 24hs do dia é como comer todos os gomos da tangerina. O caminho que eu encontrei, é o caminho de viver cada hora do dia em plena atenção, mente e corpo sempre habitando no momento presente. O oposto é viver no esquecimento, não saber que estamos vivos. Não experimentamos totalmente a vida porque nossa mente e corpo não estão habitando no aqui e agora.

-- Thich Nhat Hanh (do livro "Old Path White Clouds" sobre a vida do Buda")