A sabedoria do Interser
Thich Nhat Hanh nos lembra essa semana a importância de tocar a sabedoria da
não discriminação. É possível observar ao nosso redor muitos exemplos de ações que discriminam quem pensa diferente. Ações baseadas no pressuposto que o
seu ponto de vista é o correto e quem pensa diferente, olha o mundo de uma outra perspectiva, está errado. São os "outros". Esse tipo de atitude provoca separação, ódio, tristeza, divisão. A discriminação pode acontecer porque o outro tem uma opção política diferente da sua, uma religião diferente, uma opção sexual diferente. Para
entender o que Thich Nhat Hanh pensa sugiro assistir o vídeo dessa semana e tambem ler o poema "Por favor me chame pelos meus verdadeiros nomes."
No vídeo dessa semana (
clique aqui) Thich Nhat Hanh ensina que a sabedoria da interexistência ajuda você a
tocar a sabedoria da não discriminação em você e a libertá-lo. Não há mais discriminação. Não há mais ódio. Você não acha que quer pertencer apenas a uma área geográfica, ou identidade cultural, religiosa, política etc. Olhando para dentro de si mesmo, você vê uma infinidade de fontes étnicas, uma infinidade de fontes culturais. Você pode ver
a presença de todo o cosmos dentro de você. Passa a não mais olhar o mundo como branco e preto. Há muitos tons de cinza no meio. Somos todas eles.
Depois de assistir o vídeo (
clique aqui) você pode também ler o texto da
transcrição (
clique aqui). Lembro que os vídeos tem
legenda em português, ajuste a configuração no YouTube.
Se desejar pode
deixar seus comentários sobre o texto em nosso
blog. Basta
clicar aqui.
Por favor me chame pelos meus verdadeiros nomes
Por favor me chame pelos meus verdadeiros nomes
Não digam que parto amanhã -
porque hoje ainda estou chegando.
Olhe profundamente: a cada segundo estou chegando
para ser um botão de flor em um ramo de primavera
para ser um passarinho com asas ainda frágeis
aprendendo a cantar em meu novo ninho,
para ser uma lagarta no coração de uma flor,
para ser uma joia escondida na pedra.
Estou ainda chegando, para rir e chorar,
para ter medo e esperança
O ritmo do meu coração é o nascimento e a morte
de tudo o que é vivo.
Sou a libélula em metamorfose
na superfície do rio.
E sou o pássaro
que mergulha no ar para engolir a libélula.
Sou a rã que nada feliz
nas águas claras de uma lagoa.
E sou a cobra
que silenciosamente se alimenta da rã.
Sou a criança em Uganda, só pele e osso
minhas pernas tão finas como varas de bambu.
E sou o comerciante de armas
que vende armamento letal para Uganda.
-- Continua ao lado...
Por favor me chame pelos meus verdadeiros nomes (cont.)
Eu sou a menina de doze anos,
refugiada em um pequeno barco,
que se atira no oceano
depois de ser estuprada por um pirata do mar.
E eu sou o pirata,
meu coração ainda não é capaz
de ver e amar.
Eu sou um membro de uma gangue,
com muito poder em minhas mãos,
E sou o homem que tem que pagar
sua dívida de sangue para o meu povo,
morrendo lentamente num campo de trabalho forçado.
Minha alegria é como a primavera, tão cálida
que faz as flores se abrirem por toda a Terra.
Minha dor é como um rio de lágrimas,
tão vasto que enche os quatro oceanos.
Por favor, me chame pelos meus verdadeiros nomes,
para que eu ouça todos os meus gritos e risadas de uma só vez,
para que eu veja que minha alegria e minha dor são uma só.
Por favor, me chame pelos meus verdadeiros nomes,
para que eu possa despertar
e a porta do meu coração
possa ser deixada aberta,
a porta da compaixão.
-- Thich Nhat Hanh