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Tradio do Ven. Thich Nhat Hanh

 

Exerccios de respirao em plena ateno

 

 

O primeiro exerccio de respirao Inspirando, eu sei que estou inspirando. Expirando, eu sei que estou expirando. Tambm podemos dizer: Inspirando, sei que esta a minha inspirao. Expirando, sei que esta minha expirao.

 

Identificamos nossa inspirao como nossa inspirao e expirao como nossa expirao. Tambm aprendemos que no devemos interferir em nossa respirao. Devemos apenas permitir que nossa respirao se desdobre naturalmente. Produzimos a energia da ateno plena para nos tornarmos conscientes de nossa inspirao e expirao. Se continuarmos inspirando e expirando assim, a qualidade de nossa respirao melhorar naturalmente. Ela se tornar mais profunda e harmoniosa. A respirao consciente influencia nosso corpo e mente sem tentar influenci-los.

 

O segundo exerccio de respirao : Inspirando profundamente, sei que estou inspirando profundamente. Expirando profundamente, sei que estou expirando profundamente. Inspirando curto, sei que estou inspirando curto. Expirando curto, sei que estou expirando curto.

 

Ns no fazemos propositalmente nossa respirao profunda ou curta. Nossa ateno plena nutrida durante toda a durao de nossa inspirao e expirao. Ns sabemos o quanto profundo ou curto. As palavras profundo e curto no significam muito. Entre profundo e curto existe o meio comprimento, o muito profundo e o pouco curto. Ns no podemos realmente chamar nossa respirao de profunda ou curta. A prtica estar ciente da durao de nossa inspirao e expirao. Isso tambm pode ser chamado de nosso corpo de respirao.

 

Quando olhamos para esses dois exerccios, vemos que quando praticamos bem o primeiro exerccio, tambm estamos praticando bem o segundo. "Inspirando, eu sei que estou inspirando." Ficamos conscientes durante toda a nossa inspirao. Ao praticar com conscincia, j estamos fazendo o segundo exerccio. E quando praticamos bem o segundo exerccio, tambm estamos praticando o primeiro exerccio. medida que avanamos, veremos a natureza do interser de todos os dezesseis exerccios.

 

Podemos nos treinar para ver a natureza do interser. Nossa primeira inspirao feita da segunda. Se praticarmos bem o primeiro exerccio, estaremos praticando o segundo exerccio ao mesmo tempo. Se fizemos o segundo exerccio acontecer a partir do primeiro, o primeiro no ser mais o primeiro. maravilhoso. A natureza da interexistncia pode ser vista em tudo, incluindo um exerccio de respirao.

 

Agora chegamos ao terceiro exerccio de respirao consciente, Inspirando, estou ciente de todo o meu corpo. Experimentando todo o meu corpo, eu inspiro. Expirando, eu estou ciente do meu corpo inteiro. Experimentando todo o meu corpo, eu expiro.

 

Primeiro, temos que entender que isso uma tentativa de voltar ao nosso corpo e nos reconciliar com ele. Podemos ter a sensao de que nosso corpo somos ns. Est muito perto de ns, muito querido para ns. s vezes acreditamos nisso. Mas s vezes acreditamos que nosso corpo um estranho para ns. Ns o odiamos e desejamos que no tivssemos um. Ns no queremos mais o nosso corpo; queremos nos livrar dele.

 

Essas atitudes mostram que estamos alienados de nosso prprio corpo, e por isso que temos que ir para ele e nos reconciliar. Nossa respirao parte do nosso corpo. Nossa respirao a porta atravs da qual podemos voltar ao nosso corpo, nossas percepes e assim por diante. Chegamos porta para abraar nossa respirao. A ateno plena nasce assim. A ateno plena a energia que envolve nossa inspirao e nossa expirao. Ns nos tornamos um com nossa inspirao e expirao. Enquanto nossa prtica continua, nossa inspirao e expirao se tornam mais profundas, mais harmoniosas, mais pacficas.

 

Ento, vamos um pouco mais fundo e tocamos nosso corpo, "Experimentando todo o meu corpo, eu inspiro. Experimentando todo o meu corpo, expiro."

 

Ns vamos para casa, para o nosso corpo e o abraamos. Ns nos reconciliamos com ele. Podemos fazer isso em uma posio sentada ou deitada. muito importante voltar ao nosso corpo e mostrar nossa preocupao, ateno e amor. Ele pode estar sofrendo. Pode ter sido abandonado por um longo tempo. por isso que geramos a energia da ateno plena e voltamos a abra-lo. Este o comeo da prtica do amor. Ns nos tornamos conscientes do nosso corpo. Estamos determinados a cuidar bem dele. E ele se sentir muito melhor quando pudermos faz-lo.

 

Sabbakaya significa todo o corpo. Durante a inspirao, nos tornamos conscientes dele como um todo. Ns o abraamos em sua totalidade. O objeto de nossa ateno plena no mais nossa inspirao. Agora inclui nosso corpo. Ns o abraamos com ternura durante nossa inspirao e expirao com a inteno de nos reconciliar com ele, cuidar dele e mostrar nossa preocupao e bondade amorosa. Voc pode modificar um pouco a linguagem, mas o contedo da prtica o mesmo: "Inspirando, estou ciente do meu corpo. Expirando, eu sorrio para o meu corpo. Este um sorriso de conscincia, um sorriso que mostra sua preocupao e bondade amorosa.

 

Quanto tempo ns gastamos voltando ao nosso corpo, abraando-o carinhosamente com a energia da ateno plena e sorrindo para ele? Cada um de ns sabe que precisamos fazer muito isso. Precisamos passar um tempo apenas fazendo isso, abraando nosso corpo com nossa conscincia muito carinhosamente, com muita compaixo e sorrindo para ele, com o sorriso de reconhecimento: Oh, meu corpo, eu sei que voc est presente. Eu cuidarei bem de voc. Vamos praticar abraar nosso corpo com ateno e sorriso.

 

(Do livro The Path of Emancipation Thich Nhat Hanh)

(Traduzido por Leonardo Dobbin)

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